Localização
Situada na margem direita do Rio Arunca (estando de frente para a montante) e a sul da cidade de Pombal, a antiga freguesia de S. Simão de Litém detém algumas das paisagens mais deslumbrantes do concelho.
A sua proximidade com a cidade de Pombal, a oferta de áreas residenciais suburbanas de grande qualidade, os equipamentos de lazer e desporto devidamente inseridos nas enormes zonas verdes, fazem de S. Simão de Litém uma zona rural cuidada e pautada pelo bom acolhimento dos Simonenses.
É limitada a nascente pela freguesia de Albergaria dos Doze, a sul pela freguesia da Memória, a oeste pela freguesia das Colmeias, a norte pela freguesia de Santiago de Litém e a poente pela freguesia de Vermoil.
HISTÓRIA
Diz a lenda que havia dois apóstolos irmãos chamados Simão e Tiago. Quando chegaram a estas terras, os irmãos habitaram-nas. Mas, como não queriam ficar longe um do outro, decidiram separar as terras, sendo que as do lado do esquerdo do rio eram para Tiago o e as do lado direito para Simão.
A história passada nesta antiga freguesia está diretamente ligada antiga freguesia de Santiago de Litém, da qual fez parte até 1835, ano em que foi desanexada e conquistou a sua independência administrativa. Ficaram famosas as árduas lutas aqui travadas em prol da autonomia dos territórios da margem esquerda do Rio Arunca, delimitadora da área de jurisdição entre o bispo de Leiria com o de Coimbra.
Graves e várias querelas formam sustentadas nos foros eclesiástico e civil que muitas vezes deram origem a batalhas populares resolvidas à paulada. Eram os famoso “Cajados de Litém” a ditarem as suas leis. A tradição oral, transmitida de geração em geração fala de terríveis cenas de cajadadas, protagonizadas pelos da terra, que puniam os forasteiros que se atreviam a desrespeitar hábitos locais.
Os mais temidos verberadores de pancada eram os habitantes de umas das quintas administradas em conformidade com ancestrais costumes romano-árabes onde se destacaram os habitantes de Vila Gaiteira, Vila Galega, Vila Pouca e Vila Verde.
Foram estas questões, aleadas a outras de foro administrativo que acabaram por conduzir os fregueses da Capelania de S. Simão à sua autonomia eclesiástica. Foi então instituído o curado de S. Simão de Litém com apresentação por parte do bispo de Leiria.
MONUMENTOS
Igreja Paroquial de São Simão (colocar ligação)
Capela lateral da Igreja de Santo Amaro (Arnal)
OUTROS LOCAIS DE INTERESSE
Trilho do Picoto (colocar ligação) Pista TT Arnal Paisagem natural Moinhos de vento e água
GASTRONOMIA
Tortulhos de Carneiro e Carneiro Guisado.
ARTESANATO
Cerâmica; artigos em pele genuína; bordados e croché; artes decorativas
FESTAS E ROMARIAS
Festejos e honra de Santo Amaro (1º domingo de agosto)
Festa dos Jovens/Tabuleiros (julho)
Festejos em honra da Nossa Senhora do Rosário (penúltimo domingo de agosto na igreja de S. Simão de Litém) Festejos em honra da Nossa Senhora de Fátima (1º fim de semana de agosto no Arnal) Dia de São Simão (28 de outubro)
HERÁLDICA
Escudo de prata, dois troncos nodosos de azul, passados em aspa, acompanhados em campanha por uma estrela de seis raios, de vermelho; chefe endentado de púrpura. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “S. SIMÃO DE LITÉM“.
MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA
A faixa dentada representa um serrão e simboliza o atributo do orago da freguesia. S. Simão, Apóstolo, foi martirizado com um serrão, no Reino da Pérsia, onde pregava o Evangelho. O serrão é púrpura, cor da maior dignidade própria para representar um santo.
A estrela de seis pontas, é um dos elementos do brasão da família de João de Barros. João de Barros, escritor e historiador do sec. XVI, foi feitor da Casa da Índia durante 35 anos. Viveu numa quinta na Ribeira de Litém, onde escreveu parte da sua obra literária. A estrela é vermelha, cor do timbre da família dos Barros.
Os dois varapaus nodosos simbolizam os perigosos "cajados do Litém" com que os antigos habitantes andariam sempre armados. Na entrada da igreja de S. Simão havia um recanto que ficava cheio de varapaus enquanto os seus donos assistiam aos serviços religiosos. Até nós chegaram relatos de cenas de paulada trocadas com rude virilidade entre os da terra e aqueles de fora que ousavam desrespeitar os costumes. Na origem deste hábito estiveram certamente as lutas, desde tempos longínquos, pelo domínio dos territórios da margem da esquerda da Ribeira de Litém. As inúmeras querelas no foro eclesiástico e civil, culminavam frequentemente em verdadeiras batalhas populares.